É difícil inserir leveza atmosférica e humor
discreto no drama com um tema tão caro ao atual momento como as ‘terapias de
reversão sexual’. A maneira como se reelabora a identidade sexual numa confusão
de gênero por meio da religião revela todo o absuso emocional cometido em
adolescentes. Desiree Akhavan consegue transformar o livro de Emily Danforth
numa narrativa absorvente e até relativista – tenta não vitimizar ou vilanizar
ninguém – sem perder o a sensação de estranhamento por estar tratando do
assunto. Apesar das indagações e das tragédias pelo caminho, a produção opta
por fortalecer quem os personagens são, ao invés de amputar seus sentimentos
pessoais. Há muito de revigorante nessa postura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário