segunda-feira, 15 de julho de 2019

NUMA ESCOLA DE HAVANA

O cubano Ernesto Daranas consegue desvencilhar sua narrativa dos elementos de telenovela fazendo os personagens pulsar sinceridade na relação uns com os outros. Acabamos por nos importar com eles de maneira afetiva, nesse mergulho numa Havana em transformação econômica, política e social, mas ainda presa a décadas de regime fechado. Alina Rodríguez, falecida em 2015, faz essa professora [Carmela] tão humanista quanto progressiva que não desiste dos seus alunos, em especial Chala, o aluno-problema carismático feito por Armando Valdés Freire. Temos também Yeni [Amaly Junco], cujo pai vive ilegalmente na capital e por quem Chala se apaixona. Daranas olha por baixo da superfície estereotipada, seguro do naturalismo das atuações, adultos e crianças, o velho e o novo disputando voz. Discute com o coração no lugar certo o papel da escola e a influência do professor na própria vida. O coral cantando ‘Al Cobre con mi Sombrero’, música da padroeira de Cuba, Nossa Senhora da Caridade do Cobre, permanece ecoando. 


Conducta * * * ½
CUB, 2014 | Drama | 108 min
[09.07.19 | Mubi]

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