Séries de TV

Péssimo * Desastroso * ½ Fraco * * Assistível * * ½ Sólido * * * Acima da média * * * ½ Ótimo * * * * Quase lá * * * * ½ Excelente * * * * *

2016

MAKING A MURDERER * * * *
[Idem, EUA, 2015]
10 episódios
Essa série documental de Moira Demos e Laura Ricciardi denuncia, de forma desconcertante, as falhas e vulnerabilidades corruptivas do sistema judiciário estadunidense. Acompanhando de perto o impressionante caso de Steven Avery, a narrativa nos obriga a sairmos da indiferença perante a terrível condução do processo no mínimo tendencioso. Além de testemunhar como os erros da justiça cega [em seu pior sentido] podem destruir todos os envolvidos, direta ou indiretamente. [07-08.01.15 – Netflix]

MR. ROBOT – 1ª temporada * * ½
[Mr. Robot – Season One, EUA, 2015]
10 episódios
Os ecos de "Clube da Luta" [1999], tanto temáticos quanto estruturais, atravessam os 10 episódios dessa série sobre terrorismo cibernético. [19-24.01.16]

THE JINX: THE LIFE AND DEATHS OF ROBERT DURST * * * ½
[Idem, EUA, 2015]
279 min [6 capítulos]
Quase é possível criar empatia com a falta de sorte de Robert Durst. Os desdobramentos dessa minissérie documental dirigida por Andrew Jarecki são chocantes. [20-21.02.16]

HOUSE OF CARDS – 4a temporada * * * *
[House of Cards – Season Four, EUA, 2016]
13 episódios
Da metade para o final é quase impossível tomar fôlego. Provavelmente a temporada mais empolgante desde a primeira. Embora haja ecos dramáticos e tenha a crise conjugal como espinha dorsal, tudo se justifica a partir do sexto episódio. E daí para frente, a narrativa só surpreende, caprichando nas artimanhas políticas e no viés do jornalismo investigativo. Fora o fato de Kevin Spacey e Robin Wright, que dirige quatro episódios, estarem tão à vontade na pele de seus personagens a ponto de parecerem feitos sob medida. Se quando separados o estrago é notório, juntos então... Mesmo com o cerco se fechando, são capazes de cruzar limites [e eles existem?] para segurar o poder. [06-08.03.16 – Netflix]

DEMOLIDOR – 2a temporada * * ½
[Daredevil – Season Two, EUA, 2016]
13 episódios
Melhora em relação à primeira temporada, mas, ao tentar amarrar todos os elementos, o nó não fica tão firme assim. [19/26-27/31.03.16 – Netflix]

VINYL – 1a temporada * * *
[Vinyl – Season One, EUA, 2016]
10 episódios
T01E01 – Martin Scorsese injeta todas as substâncias, boas e más, do rock'n'roll dos anos 1970 nesse piloto de [quase] duas horas. [15.02.16 – HBO, madrugada]
T01E02 – O texto cheio de referências assinado por Terence Winter e a seleção musical produzida por Mick Jagger são os pontos altos. [21.02.16 – HBO]
T01E03 – Nem sempre lapidar demais, anulando toda a essência crua, torna a coisa mais atrativa – seja artística ou comercialmente. [29.02.16 – HBO]
T01E04 – Colocar Lester Grimes como "agente" da banda de Kip Stevens talvez tenha sido o movimento mais forçado do enredo até agora. [06.03.16 – HBO]
T01E05 – A qualidade da produção tenta disfarçar o quanto os roteiros dos episódios parecem arrastados. A serie se move lentamente. [15.03.16 – HBO Plus]
T01E06 – Modo rock'n'roll on: Richie Finestra surtado, Devon nua, David Bowie centrado, Andy Warhol mimado... A atmosfera é ótima. [22.03.16 – HBO Plus]
T01E07 – Obcecado com o número 18, Finestra vai a Las Vegas só para ser derrubado por um Elvis decadente e perder tudo o que não podia. [27.03.16 – HBO]
T01E08 – O pot-pourri aula de Grimes vale mais do que Devon jogando um "mereré" em cima de John Lennon e May "the lost weekend" Pang. [03.04.16 – HBO]
T01E09 – Para Richie Finestra, a pressão vem de todas as direções com força total. E sem ao menos uma "carreirinha" para desopilar. [11.04.16 – HBO]
T01E10 – Um desfecho redondinho com roteiro de Winter, apelando para alguns clichês rockers, mas mantendo bem o espírito setentista. [18.04.16 – HBO]

BETTER CALL SAUL – 2a temporada * * *
[Better Call Saul - Season 2, EUA, 2016]
10 episódios
T02E01 – Começa tão logo de onde parou na temporada anterior. Jimmy, com crise existencial, flerta com seu lado "ensaboado". [16.02.16 – Netflix]
T02E02 – A ética e a moral vão se afrouxando para o pré-Saul Goodman. Mas quem rouba a cena é Banks com o seu icônico Ehrmantraut. [24.02.16 – Netflix]
T02E03 – Jimmy até deseja agir 100% correto, por um ou dois segundos. A referência a "Crepúsculo dos Deuses" é excelente. [01.03.16 – Netflix, Guabes]
T02E04 – Desculpa, Jimmy. Você pode ser um personagem divertidíssimo, mas competir com Mike Ehrmantraut é ser nocauteado fácil. [11.03.16 – Netflix]
T02E05 – Para todos os méritos, um episódio centrado na Kim Wexler feita por Rhea Seehorn. Merece. Pior nunca do que tarde. [19.03.16 – Netflix]
T02E06 – À parte a ótima introdução, Jimmy parece mais coadjuvante da própria série do que nunca nesse episódio burocrático. [25.03.16 – Netflix]
T02E07 – E então Jimmy resolve tomar a atitude mas estúpida e sábia de todas: ser ele mesmo? Isso, meu amigo, ninguém paga. [03.04.16 – Netflix]
T02E08 – Nos bastidores da advocacia, o poder nunca será inocente. É um puxando o tapete do outro sem o menor constrangimento. [09.04.16 – Netflix, madrugada]
T02E09 – As ações de Jimmy e Mike podem ter suas motivações justificáveis, mas ambas se cruzam nas consequências extremas. [21.04.16 – Netflix]
T02E10 – Ah, a consciência e suas recaídas! Nenhum dos protagonistas escapa desse ótimo cliffhanger pra próxima temporada. [21.04.16 – Netflix]

STRANGER THINGS – 1a temporada * * *
[Stranger Things – Season One, EUA, 2016]
8 episódios
A atmosfera anos 1980 é saborosa em seu recheio de referências nostálgicas. O enredo, porém, funciona melhor enquanto sabemos pouco sobre o que se trata. A série criada pelos irmãos Matt e Ross Duffer bebe nas fontes corretas [Spielberg, Stephen King...] e consegue segurar nosso interesse ao transitar entre o terror e a ficção científica. Por outro lado, os interessantes [hum...] conceitos apresentados nunca parecem atingir todo o potencial prometido. Além disso, o mistério, mesmo driblando as expectativas, não chega a surpreender de fato – sofrendo do mal de ter que deixar a[s] explicação[ões] para a[s] próxima[s] temporada[s]. Em contrapartida, é ótimo uma produção que homenageia a década oitentista ter Winona Ryder e Matthew Modine no elenco. Cujo verdadeiro destaque é a garota Millie Bobby Brown. [15-16.07.16 – Netflix]

AMERICAN CRIME HISTORY: THE PEOPLE v. O.J. SIMPSON * * * *
[Idem, EUA, 2016]
10 episódios
Eu particularmente não me lembrava de todos os surreais pormenores reencenados nessa excitante narrativa seriada da dupla Scott Alexander e Larry Karaszewski. Se há muito de ficção aqui, é brilhantemente escrita. Se tudo durante o “julgamento do século” foi como mostrado, é estarrecedor. Ressuscitando Cuba Gooding Jr. e John Travolta com excelentes performances [na verdade, o elenco inteiro está magnífico], trata-se de uma das melhores séries de temporada fechada [antologia] do ano. [30.07.26-03.08.16]

NARCOS – temporada 2 * * *
[Narcos – Season 2, EUA, 2016]
10 episódios
Enquanto a narrativa assume sua urgência, com uma queda aqui e ali, Moura “desaparece” ainda mais na pele de Escobar. [07/08-14.09.16 – Netflix]

LUKE CAGE – 1a temporada * * ½
[Luke Cage – Season One, EUA, 2016]
13 episódios
O protagonista em si parece bem mais interessante do que a narrativa absorvente, e arrastada, na qual fica preso. [03-08.10.16 – Netflix]

BLACK MIRROR – 2a temporada * * * *
[Black Mirror – Season Two, GB, 2013]
4 episódios
Charliie Brooker concebe mais quatro contos geniais e perturbadores sobre a sombria simbiose homem-tecnologia. [25-26.10.16 – Netflix]

BLACK MIRROR – 3a temporada * * * *
[Black Mirror – Season Three, GB, 2016]
6 episódios
Os episódios 1, 3 e 4 são daqueles capazes de reverberar pelo nosso imaginário de fantasias e medos por dias. [06-07.11.16 – Netflix]

3% – 1a temporada * * ½
[Idem, BRA, 2016]
8 episódios [capítulos]
A distopia meritocrática criada por Pedro Aguilera até tem uma premissa absorvente – mistura de “A Ilha” [2005] com “Jogos Vorazes” [2012]? –, mas no percurso fica devendo. Muito. Primeira série brasileira da Netflix, o roteiro consegue reciclar uma ou outra ideia acertada, que ajuda a encher os oito episódios [chamam de capítulos]. Quando não comete diálogos indefensáveis, furos de lógica, links frouxos e reviravoltas nem um poucos originais. Sem falar no abuso que nos presenteia da palavra Processo. A direção [direções], de César Charlone e outros três egressos da versão websérie de 2009, é ainda mais afetada, apela demais para “dutch angles” e quase torna a narrativa um pastiche do gênero. Em termos de design visual, alguns planos de maquete são muito perceptíveis. De resto, a maioria das cenas são internas, com limitado espaço para respiro ou técnicas de câmera melhores. Do elenco que conta com Bianca Comparato e João Miguel no topo dos créditos, o destaque termina sendo Rodolfo Valente, cujo arco do personagem Rafael é o mais atraente. E então chega-se numa resolução cheia de finais, todos com a onipresença de João Miguel e nenhum empolgante. Iniciativa com pretensões melhores do que a encomenda entregue. [28.11.16 – Netflix]

A HISTÓRIA DE DEUS – 1a temporada * * *
[The Story of God with Morgan Freeman, EUA, 2016]
6 episódios
Morgan Freeman, o Todo-Poderoso no cinema, busca a presença divina nas culturas, religiões, ciência, história, psicologia, entre outras áreas. Sempre tentando compreender o que move a fé das pessoas. Embora não chegue a aprofundar todos os temas que aborda, é esclarecedor em diversas partes e um ponto de partida para uma pesquisa multifacetada. [...28.11.16]

MAGNÍFICA 70 – 2a temporada * * ½
[Idem, BRA, 2016]
10 episódios
T02E01 – O que esperar de uma temporada que já começa com uma atmosfera densa e subvertendo a dinâmica dos personagens? Gostei. [02.10.16 – HBO]
T02E02 – Sofre queda atmosférica em prol de uma sequência de exposições [como no longo flashback] para preencher as lacunas. [09.10.16 – HBO]
T02E03 – Nem todas as estratégias dramáticas soam convincentes, sobretudo quando vêm em flashbacks. Mas é mantido o fôlego. [16.10.16 – HBO]
T02E04 – É notório [notável?] como a série teme os riscos de assumir o flashback como uma espécie de “leitmotiv narrativo”. [23.10.16 – HBO]
T02E05 – Há coisas ótimas, mas também muita afetação dramatúrgica, na equipe de cinema mais disfuncional do cin... ops, da TV. [01.11.16 – HBO]
T02E06 – Mais do que nunca, é o domínio do plot sobre os personagens que dita a atmosfera. E o plano-artifício segue diretinho. [06.11.16 – HBO]
T02E07 – É magnífico quando conseguem um entrelace orgânico da trama com o próprio processo cinematográfico. O melhor episódio da temporada? [13.11.16 – HBO]
T02E08 – Dessa vez, a estrutura narrativa parece nos levar a uma falsa vitória das subtramas da série. Que promete durar pouco. [20.11.16 – HBO]
T02E09 – Fica difícil levar a sério esse episódio que tenta arrumar a casa quando os diálogos expositivos forçam a paciência. [27.11.16 – HBO]
T02E10 – Um abrupto final de temporada mais amargo, melancólico e aberto que da outra vez. Passeia entre o belo e o artificioso. [04.12.16 – HBO]

WESTWORLD – 1a temporada * * * *
[Westworld – Season 1, EUA, 2016]
10 episódios
T01E01 – A premissa do filme escrito/dirigido por Michael Crichton em 1973 adquire contornos filosóficos-existenciais pelas mãos do casal Jonathan e Lisa Joy Nolan. [02.10.16 – HBO]
T01E02 – As lembranças e os sonhos parecem ser os primeiros passos para os robôs se tornarem autoconscientes. Após isso, o caos. [09.10.16 – HBO]
T01E03 – A progressão da narrativa, elaborando a senciência dos anfitriões, levanta algumas questões e desdobramentos sombrios. [16.10.16 – HBO]
T01E04 – Os showrunners são hábeis em, dentro das próprias regras, adicionar uma camada de misticismo à “realidade” dos anfitriões. [23.10.16 – HBO]
T01E05 – Brinca com papéis, funções e arquétipos, narrativos e coletivos, para instigar as reais questões que começam a aflorar. [31.10.16 – HBO]
T01E06 – Maeve saindo da Caverna de Platão, anfitriões “fantasmas”, a mitologia do labirinto e uma conspiração entre os humanos. [06.11.16 – HBO]
T01E07 – O “truque de perspectiva” revela um mundo fora da caverna mais infectado do que o suposto “despertar” dos anfitriões. [13.11.16 – HBO]
T01E08 – Ao tempo que Bernard está mais preso ao seu e Dolores “perde-se” buscando-o, Maeve consegue “controlar” o próprio destino. [20.11.16 – HBO]
T01E09 – Saber demais sobre si mesmo pode levar a lugares que não se quer ir. E quanta elegância narrativa nessas veredas tortuosas. [27.11.16 – HBO]
T01E10 – Todas as suposições se realizam, afinal de contas. O que não tira o brilho das engenhosas artimanhas e suas metáforas. [04.12.16 – HBO]

THE OA – 1a temporada * * ½
[The OA – Season One, EUA, 2016]
8 episódios
Toma rumos de tamanha indulgência narrativa que, pouco a pouco, dilui todo o potencial dos seus temas metafísicos. [16 e 17.12.16 – Netflix]

CRISIS IN SIX SCENES – 1a temporada * * *
[Crisis in Six Scenes – Season One, EUA, 2016]
6 episódios
Está longe do preciosismo, mas as tiradas [sempre] compensam. Assim como a atmosfera dos anos 1960 [repare na brincadeira fonética do título] e toda a sua ebulição política. Para quem sabe saborear a pegada de Woody Allen. Seu lado menos inspirado ainda é melhor do que a média. Até mesmo quando, por razões dantescas, escala Miley Cyrus. [30.12.16 – Salvador|resort IberoStar]

Abandonadas

GOTHAM – 2a temporada
[Gotham – Season Two, EUA, 2016]
11 episódios
T02E12 – Honestamente, não sei [ainda] o que achar desse Mr. Freeze. A mid season promete ter mais vilões do que heróis. Vamos ver... [14.03.16 – Warner Channel]
T02E13 – A impressão [pista falsa?] é que é Hugo Strange quem vai articular essa "ascensão dos vilões", mote proposto pela temporada. [21.03.16 – Warner Channel]
T02E14 – Se esse for mesmo o episódio no qual Bruce encarou o assassino dos seus pais, bem, um impacto textual não teria sido mal. [28.03.16 – Warner Channel]
T02E15 – Bruce apanha como homem, Nygma esquematiza para "derrubar a casa" de Gordon e um "curado" Cobblepot conhece papai Pee-wee. [04.04.16 – Warner Channel]
T02E16 – Alternando entre a "vida na prisão" de Gordon e a "vida em família" de Cobblepot, a série está cada vez mais se enfraquecendo. [17.04.16 – Warner Channel]

PREACHER – 1a temporada
[Preacher – Season One, EUA, 2016]
10 episódios
T01E01 – Já no episódio-piloto, Seth Rogen e Evan Goldberg equilibram [tentam] gore, humor negro e personagens bizarros como Cassidy e Cara de Cu. [23.05.16]
T01E02 – Os showrunners não se encabulam em misturar neo-western com violência gráfica. Custer começa a descobrir o dom adquirido. [12.06.16]

2015

TRANSPARENT – 1ª temporada * * * ½
[Idem, EUA, 2014]
10 episódios
Um mergulho absolutamente humano, e leve, na questão de assumir sua verdadeira identidade de gênero. Questão delicada ainda hoje, sobretudo numa sociedade tão hipócrita e conservadora quanto a estadunidense. Por isso essa série independente criada por Jill Soloway [“As Delícias da Tarde”, 2013] é, de muitas maneiras, importante e corajosa. Fala abertamente sobre assuntos tabus e mostra que a beleza está em sermos únicos e autênticos. Jeffrey Tambor entrega uma atuação delicadíssima, equilibrada, amparada por um elenco em total sintonia com o projeto. Lembra um ótimo telefilme da HBO chamado “Normal” [2003], no qual o personagem feito por Tom Wilkinson também decide assumir-se mulher. Já Soloway investe num sempre bem vindo senso de humor e numa boa dose de irreverência para narrar o cotidiano dessa família moderna. E sem desculpas. [13-15.01.15 – madrugada]

FELIZES PARA SEMPRE? * * ½
[Idem, BRA, 2015]
10 episódios
A ciranda dos casais, e seus impulsos sexuais, no cenário frio de Brasília tem mais provocação do que ousadia de fato. O que não é algo de todo desmerecedor, apenas comprova o quanto a televisão brasileira ainda está amarrada ao “bom gosto” em relação ao sexo encenado. A bunda de Paolla Oliveira pode até ser maravilhosa, mas suas cenas com Maria Fernanda Cândido parecem mais um comercial para adolescentes pré-lésbicas do que um motivador dramático contundente do assassinato que encerra a história. Releitura de “Quem Ama Não Mata”, série de Euclydes Marinho exibida em 1982, é o mesmo autor quem desenvolve a nova versão junto a seus colaboradores, atualizando o triângulo amoroso central para o mundo sórdido da politicagem entre ministros e empreiteiras. Sugestão acertada de Fernando Meirelles, que assina a direção geral e comanda três do dez episódios: os dois primeiros e o último. Os nomes dos personagens prestam homenagem ao elenco original, mas, apesar do tempo de tela, não conseguem ser desenvolvidos com profundidade, sempre flertando com a caricatura psicológica. Como o de Enrique Diaz, que certamente daria um ótimo estudo sobre a amoralidade do psicopata cotidiano caso não ficasse correndo tanto atrás do próprio rabo. Não é um investimento ruim, pelo contrário. Possui seus méritos, como o elenco em sintonia com a proposta. O que se destaca mesmo [fora a bunda de Paolla] é a elegância da fotografia, que, abusando dos drones e da hora mágica, por pouco não transforma a capital do país numa inocente vítima de seus inescrupulosos habitantes. [01.02.15/08.02.15]

HOUSE OF CARDS – 3ª temporada * * * ½
[Idem, EUA, 2015]
13 episódios
Francis Underwood, personagem de Kevin Spacey, deixa de ser o sociopata em busca do poder para tornar-se um político inescrupuloso. Algo que, no final das contas, dá no mesmo. Muitos consideram a segunda temporada menos interessante, sobretudo após a “saída” da jornalista feita por Kate Mara. Não discordo, porém era sordidamente excitante ver o protagonista não medir esforços [amorais] para obter êxito em suas artimanhas. Agora que está na cadeira do presidente dos Estados Unidos, Underwood tem sua vilania, digamos assim, atenuada, suavizada, humanizada. Ficou bonzinho demais? Nem tanto, ainda é um lobo. Mas no meio de tantos lobos, quase se disfarça de cordeiro. Quando defende as nobres intenções de seu programa “America Works” [um aspirante a “New Deal”], mesmo se apropriando de fundos indevidos, por um fio não caímos na conversa. Spacey e Robin Wright, que também dirige alguns episódios, continuam brilhantes em seus papéis, e essa temporada sacode o casamento sem piedade. Curiosamente, grande parte da atenção é voltada para Doug Stamper, numa atuação extraordinária de Michael Kelly, o que só soma e ajuda a equilibrar os outros núcleos. Beau Willimon e seus escritores continuam entregando roteiros lapidados com sagacidade, mesmo com alguns movimentos óbvios e muita politicagem. Também há um uso menor da marca da série: os fantásticos comentários do protagonista quebrando a quarta parede. Às vezes, uma olhadela cínica para nós no meio de uma cena diz que o lobo não deve jamais ser subestimado, além de mostrar o quanto Spacey está confortável no personagem. São 13 longos episódios que conseguem manter o fôlego, ainda que o desfecho não seja dos melhores. Que venha a próxima temporada, então. [27.02.15/01.03.15 – Netflix]

OLIVE KITTERIDGE * * * ½
[Idem, EUA, 2014]
4 partes - 233 min
Frances McDormand defende com humanidade sua complexa protagonista nessa minissérie da HBO de notável fôlego. Baseia-se no livro de Elizabeth Strout, publicado em 2008 e pela qual a autora recebeu o Pulitzer. Foi a própria McDormand [oscarizada por “Fargo” em 1996] quem comprou os direitos do romance que percorre 25 anos da vida dessa intragável professora de matemática e como sua personalidade forte afeta as pessoas ao redor. É sempre um risco histórias com personagens antipáticos, misantropos, sobretudo quando possuem por volta de quatro horas de duração. Por sorte, a adaptação de Jane Anderson [“Normal”, 2003] é de uma qualidade hipnotizante, construindo muito bem os quatro momentos que pontuam o drama. O elenco tem figuras inquestionáveis como Richard Jenkins, Peter Mullan, Rosemarie DeWitt, além dos destaques Zoe Kazan, Jesse Plemons, Brady Corbet e John Gallagher Jr. Ah, claro, impossível não mencionar a sensacional participação de Bill Murray, o  qual, sem maior dificuldade, rouba todas as suas cenas. Dirigido com segurança por Lisa Cholodenko [“Minhas Mães e Meu Pai”, 2010], não chega a ser uma obra-prima irretocável, mas se trata de um investimento certeiro para aqueles aos quais quatro horas é pouco diante de uma pérola audiovisual lapidada com todo o cuidado do mundo. [22.03.15]

BETTER CALL SAUL – 1ª temporada * * * ½
[Idem, EUA, 2015]
10 episódios
T01E01 – O spin-off da cultuada série "Breaking Bad" começa com um piloto cheio de referências e humor negro caprichado. [11.02.15 – madrugada]
T01E02 – Assistir a um episódio dirigido por Michelle MacLaren, com seus planos de câmera certeiros, é um deleite extra. [13.02.15]
T01E03 – Deixa claro que, como já podíamos antecipar, um dos pontos altos da série será a dinâmica entre Odenkirk e Banks. [17.02.15]
T01E04 – A atuação de Odenkirk faz com que nos comovamos com os esforços nada ortodoxos do protagonista para ser reconhecido. [24.02.15]
T01E05 – Prova que um episódio morno pode ficar mais interessante quando a narrativa segue o personagem de Jonathan Banks. [03.03.15]
T01E06 – Difícil não ficar comovido com a atuação de Jonathan Banks nesse episódio totalmente focado em Mike Ehrmantraut. [10.03.15]
T01E07 – Ehrmantraut realiza seu primeiro trabalhinho sujo para o protagonista para quitar sua dívida. Se ele soubesse... [17.03.15]
T01E08 – Outra dinâmica funcionando melhor que a encomenda é a do protagonista com seu irmão recluso – bem, nem tanto mais. [24.03.15]
T01E09 – Enquanto Mike mais uma vez mostra porque é um badass motherfucker, Jimmy prossegue no núcleo "que peninha dele". [31.03.15]
T01E10 – No finalzinho da temporada, após reviver seus "dias escorregadios", Jimmy tem um insight nada politicamente correto. [08.04.15]

DEMOLIDOR – 1ª temporada * * ½
[Daredevil – Season 1, EUA, 2015]
13 episódios
Para o deleite dos fãs, bebe na fonte de Frank Miller: é uma série sombria e violenta que humaniza os personagens. Pelo menos, até onde pode. Só o fato dessa primeira parceria entre Marvel e Netflix deixar no chinelo a problemática versão cinematográfica com Ben Affleck, lá nos idos de 2003, já pede uma conferida. Com Drew Goddard [“O Segredo da Cabana”, 2012] no comando criativo, o herói criado em 1964 por Stan Lee e Bill Everett como uma representação das contradições católicas testa seus limites físicos e morais para limpar sua Hell’s Kitchen, mergulhada no sangue [como deixa claro a abertura] da corrupção. O personagem é feito pelo pouco conhecido Charlie Cox, um sujeito esforçado quando não força. Temos também o Foggy Nelson de Elden Henson, a Karen Page de Deborah Ann Woll e o jornalista Ben Urich de Vondie Curtis-Hall. Fora esses, há participações de Rosario Dawson, Scott Glenn, Bob Gunton e Toby Leonard Moore em papéis secundários que aqui e ali se destacam. Todavia, nenhum dos citados, seja do time principal ou do outro, consegue puxar o tapete de Vincent D’Onofrio. Na pele do vilão Wilson Fisk, ou Rei do Crime para os íntimos, ele me parece o maior acerto da série, que se preocupa em torná-lo complexo, ameaçador, interessante, ainda que o clichê do trauma de infância seja um deslize. Na verdade, é o único personagem que arranja uma namorada, uma ousadia bem vinda [até os meninos maus amam, ora]. Seu arco dramático para decidir se é um anti-herói incompreendido querendo “ajudar” Nova York ou assumir a crueldade da vilania é o ponto alto dessa temporada. Funcionando como uma espécie de Ano Um do Demolidor, sua caracterização vai sendo construída bem aos poucos, o  que pode impacientar um ou outro telespectador. Em contrapartida, a natureza violenta do herói é mostrada quase de maneira gráfica, suscitando boas reflexões sobre, aliadas às introjeções do catolicismo. Com 13 episódios de quase uma hora cada, a narrativa sofre no ritmo da metade para frente, por vezes cansando. Não sei se pelo plot em si, o qual nunca chega a ter um desenvolvimento mais empolgante [as melhores reviravoltas são com Fisk]. O que permanece é a fotografia bem cuidada. Junto com ela, um super-herói formando sua personalidade em meio à toda violência de uma surrada trama policial. [10-12.04.15 – Netflix]

GOTHAM – 1ª temporada [Parte 2] * * ½
[Idem, EUA, 2014/2015]
12 episódios
T01E11 – Após o break, a série retorna com um episódio focado no Asilo Arkham. Entretanto, poderia ter sido muito melhor. Ou não? [22.01.15 – madrugada]
T01E12 – Sério, o plano de Fish Mooney nunca foi essa genialidade toda. E o modo como Gordon captura o vilão da vez beira o ridículo. [02.02.15]
T01E13 – Gordon atravessa a movediça zona cinzenta de sua própria moral para driblar o sistema corrupto. Mas até onde isso é válido? [05.01.15]
T01E14 – Mais uma vez, Pinguim escapa fedendo da morte enquanto um jovem Espantalho dá as caras. Nesse episódio, as fobias podem matar. Literalmente. [10.02.15]
T01E15 – Mesmo sendo extremamente óbvio, confesso que curti o horripilante "batismo" do Espantalho. Estou muito bonzinho com a série. [17.02.15 – madrugada]
T01E16 – Dessa vez, o assassinato envolve os Graysons Voadores [sim, eu sei] e o desfecho traz uma risada não difícil de reconhecer. [25.02.15]
T01E17 – É preciso sangue frio para não ter uma mínima contração corporal involuntária diante do que Fish Mooney faz nesse episódio. [02.03.15]
T01E18 – Consigo lembrar quem irão se tornar quase todos os personagens. Menos um. A qual ator fraquinho estou me referindo? [17.03.15]
T01E19 – A parte final dessa temporada começa mais focada na[s] trama[s], além de girar em torno do Ogro, um serial killer carente. [12.05.15]
T01E20 – Sério que esse Ogro é mesmo uma mistura freaker dos freaks Norman Bates e Christian Grey? A criatividade aí passou foi longe. [18.05.15]
T01E21 – O Ogro encontra seu fim sem muito impacto. Nas empresas Wayne, quem dá as caras é a versão mais nova de Morgan Freeman. [25.05.15]
T01E22 – Longe de ser o alardeado final épico da temporada, mostra a resolução do plano do Pinguim para ascender no mundo do crime. [26.05.15]

MAGNÍFICA 70 – 1ª temporada
[Idem, BRA, 2015]
T01E01 – O que esperar de uma série brazuca que mistura cinema, candomblé e censura durante a ditadura militar? Jogaram a isca. [24.05.15]
T01E02 – Nem sempre a mise-en-scène é boa; contudo, ver um censor da ditadura virar roteirista de cinema compensa as falhas. [31.05.15]

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2014

HOUSE OF CARDS – 1ª temporada * * * *
[Idem, EUA, 2013]
13 episódios
A série do Netflix, em parceria com David Fincher, é sórdida na medida certa ao mostrar as entranhas políticas. Um texto adulto, inteligente, baseado no livro de Michael Dobbs, e um elenco sob medida encabeçado por Kevin Spacey, Robin Wright e Kate Mara. [21/22.01.14]

HOMELAND – 1ª temporada * * * *
[Idem, EUA, 2011]
12 episódios
Versão estadunidense da série "Hatufim" [2009-2012], de Israel. Há quedas pontuais ao longo dos 12 episódios, com algumas reviravoltas óbvias. Porém, mantém o ritmo e a tensão, além de não insistir em núcleos mais fracos. De quebra, uma ótima atuação de Claire Danes. O último episódio, com quase 90 minutos, é angustiante. [27/28.01.14]

HANNIBAL – 1ª temporada * * ½
[Idem, EUA, 2013]
13 episódios
Custa a empolgar. Os elementos estão todos ali, embora não cheguem a brilhar de fato. Lecter não provoca mais calafrios. O perturbador personagem de Thomas Harris agora é feito pelo dinamarquês Mads Mikkelsen, um bom ator que parece apagado na “roupa” do antagonista até a metade da temporada. Cabe ao Will Graham de Hugh Dancy [um pouco exagerado] segurar a barra como o único a ter um arco dramático desenvolvido. Deixando subtramas pela metade, a série esquenta na reta final. Só que a conclusão é anticlimática demais. Saudade de quando Hannibal Lecter provava porque seu nome era sussurrado com um genuíno embrulho no estômago. Quem sabe a 2ª temporada consiga um eco mais audível. [01/04.02.14]

BATES MOTEL – 1ª temporada * ½
[Idem, EUA, 2013]
10 episódios
Hitchcock deve estar se revirando no túmulo por conta dessa série que não traz nenhum traço [nenhum bom, pelo menos] de sua fonte de inspiração. A ideia da prequência do clássico de 1960 “Psicose”, saída do roteirista Anthony Cipriano, não poderia resultar mais desastrosa: atualizada para a nossa época, transforma Norman Bates num adolescente chorão e mimado pela mãe neurótica e controladora, mas tudo sem atmosfera, ou melhor, num clima teen meio “The Gilmore Girls”. O desenvolvimento do plot da 1ª temporada é bobo de dar sono, nunca remete ao inesquecível personagem feito por Anthony Perkins. Difícil conceber Bates frequentando a escola e sendo paquerado por duas meninas ao mesmo tempo enquanto ajuda a mãe a ocultar um assassinato. Freddie Highmore pode até ser tão estranho quanto Perkins, mas sua composição é sofrível. Do mesmo jeito, Vera Farmiga faz de Norma Bates uma mulher confusa, neurótica, vítima de si mesma. Personagens patéticos numa trama chocha, mal escrita, que forçadamente tenta ser o eco de uma obra-prima. Mas só produz silêncio. [10/11.02.14]

UTOPIA – 1ª temporada * * * ½
[Idem, GB, 2013]
6 episódios
Série britânica cuja trama curiosa e excitante mistura quadrinhos com conspiração em escala global. Essa primeira temporada não foi tão boa de audiência, embora tenha conquistado a crítica. Criada por Dennis Kelly, gira em torno do manuscrito de uma graphic novel cult dos anos 1980 que pode conter segredos sobre um plano para reduzir a população do planeta. O ritmo é ágil, mesmo o desenrolar da história nem sempre surpreender ou mesmo convencer. Uma das grandes surpresas é a boa dose de violência gráfica; inclusive gerou polêmica pelo fato dos dois personagens infantis cometerem assassinatos de maneira fria. Também não falta o velho humor negro inglês, apenas para equilibrar as coisas. A HBO norte-americana comprou os direitos para um remake produzido pelo cineasta David Fincher e a escritora Gilliam Flynn. Para nerds e geeks, é um prato com recheio. [13/14.02.14]

HOUSE OF CARDS – 2ª temporada * * * *
[Idem, EUA, 2014]
13 episódios
Consegue manter o nível da primeira temporada, cumprindo a promessa de uma narrativa ainda mais sombria. Além de incrivelmente ágil. Mesmo não sendo perfeito, o curso da trama não perde o fôlego em mais 13 episódios. Difícil não assistir numa levada só. Com elementos do segundo livro da sórdida trilogia política de Michael Dobbs, a escalada sem escrúpulos do congressista Francis Underwood rumo ao poder é inteligentemente orquestrada por Beau Willimon e seu staff de roteiristas. Alguma parte do resultado não foge do óbvio, porém é excitante ver as articulações arriscadas do protagonista. O elenco está afinadíssimo, sobretudo Kevin Spacey e Robin Wright, que chega a dirigir um episódio. Sem dúvida, uma das melhores narrativas políticas já vistas no cin... ops, na internet. [15/17.02.14 – madrugada]

BLACK MIRROR – 1ª temporada * * * * ½
[Idem, GB, 2011]
3 episódios
Antologia distópica sobre como a tecnologia e as mídias sociais podem afetar o comportamento humano. São três episódios independentes mostrando, num futuro próximo, a face cruel dos apps, o poder incontrolável das redes sociais e uma atualização high tech de “Metrópolis”, o clássico de Fritz Lang. Até certo ponto original, essa série britânica nos obriga a uma dura reflexão acerca de como nos deixamos escravizar pelas nossas próprias criações. Genial. [19.02.14]

TRUE DETECTIVE – 1ª temporada * * * ½
[Idem, EUA, 2014]
8 episódios
T01E01 – Narrativa em flashbacks entrecortados e atmosfera cinzenta, coerente com a premissa. Veremos aonde nos leva a série. [18.01.14]
T01E02 – Se o roteiro de Nic Pizzolatto já é instigante nas questões que levanta, as visões do personagem de Matthew McConaughey são o recheio. [20.01.14 – madrugada]
T01E03 – Embora as falas do personagem de McConaughey sejam afetadíssimas, no geral o roteiro de Pizzolatto é uma pérola. [27.01.14 – madrugada]
T01E04 – Cary Joji Fukunaga, diretor de todos os episódios, encerra esse com um tenso plano-sequência que literalmente atravessa o caos. [10.02.14 – madrugada]
T01E05 – Além de avançar temporalmente a narrativa, esse episódio deixa muitas novas perguntas para não perdermos o interesse. [17.02.14]
T01E06 – Flashback é um recurso narrativo pobre e geralmente problemático. Contudo, Pizzolatto brinca com isso muito bem. [24.02.14 – madrugada]
T01E07 – Nic Pizzolatto dá um jeito de manter uma das características da narrativa – os flashbacks – sem soar tão forçado. [04.03.14]
T01E08 – Um desfecho mais preocupado com os personagens do que com a história em si. Não deixa de ser uma ótima opção corajosa. [10.03.14 – madrugada]

BELIEVE – 1ª temporada * *
[Idem, EUA, 2014]
12 episódios
T01E01 – Alfonso Cuarón dirige e escreve, junto com Mark Friedman, um bom piloto dessa série sobre uma menina com poderes especiais. [23.03.14]
T01E02 – Incrível como é sentida a ausência de Cuarón na condução do episódio. De qualquer modo, mantém-se bem com uma estrutura clara. [23.03.13]
T01E03 – Os flashbacks com a mãe de Bo são um elemento novo na dinâmica narrativa, mas não escondem o fato da série não estar deslanchando. [31.03.14]
T01E04 – Manter cartesianamente a estrutura dos episódios tem se revelado um entrave ao desenrolar da narrativa geral da série. [02.04.14]
T01E05 – Teoricamente, acontecem muitos movimentos importantes nesse episódio. Pena ser um dos mais mal escritos até agora. [09.04.14]
T01E06 – Uma pena que a série não esteja alcançando nossas expectativas. Há muitos elementos bons criativamente subaproveitados. [17.04.14]
T01E07 – Início da segunda metade da temporada e a série precisa urgentemente de um up criativo na história fraquinha. É sério. [23.04.14]
T01E08 – Um episódio melhorzinho, finalmente. Ágil, possui a dinâmica beneficiada pela montagem paralela. Espero que agora deslanche. [04.05.14]
T01E09 – É preciso um grande esforço para comprar as coincidências da narrativa indulgente e os arcos açucarados de cada episódio. [11.05.14]
T01E10 – A série havia sido dada como cancelada, mas eis que entra na suposta reta final com um episódio que não cheira nem fede. [01.06.14]
T01E11 – A estrutura padrão dos episódios é abandonada, dinamizando as ações paralelas. Uma série que poderia ter sido bem melhor. [08.06.14]
T01E12 – Até tentam amarrar as coisas para um final pelo menos coerente, numa série que definitivamente passou longe de vingar. [22.06.14]

HANNIBAL – 2ª temporada * * *
[Idem, EUA, 2014]
13 episódios
T02E01 – Deixa logo claro que essa segunda temporada deverá ser mais violenta e até escatológica. Melhor? Aí são outros 500... [26.03.14]
T02E02 – Existe uma tênue linha, entre o patético e o perturbador, na maneira distante como Gillian Anderson faz sua personagem. [27.03.14]
T02E03 – Impossível não lembrarmo-nos do cult de David Lynch, "Veludo Azul", com a história da orelha decepada. Ou estaria mais para "Cães de Aluguel"? [27.03.14]
T02E04 – Só mesmo Lecter para transformar o ato de salvar a vida de alguém [trazer de volta] numa crueldade que beira o desumano. [31.03.14]
T02E05 – Será que alguém saliva nas cenas em que Lecter prepara aqueles pratos exóticos com os órgãos extraídos de suas vítimas? [01.04.14]
T02E06 – Quem poderia imaginar dr. Lecter melancólico compondo música no piano ou tendo uma cena de amor? Apesar disso, a série periga melhorar. [09.04.14]
T02E07 – Episódio importante por mexer na dinâmica da temporada. Ainda por cima matam um personagem improvável para os fãs do livro. [18.04.14]
T02E08 – Um pouco mais complexo que os outros episódios da temporada até agora. Diria estranho se a série por si só já não o fosse. [20.04.14]
T02E09 – Episódio um pouco morno e mais indulgente. Até tenta nos enganar no começo com a criatura, mas é apenas esquemático demais. [28.04.14]
T02E10 – A estratégia de Will Graham para pegar dr. Lecter segue a máxima: se não pode vencê-lo, junte-se a ele. Estranha relação protagonista/antagonista. [04.05.14]
T02E11 – Na reta final da temporada, uma cena já vista duas vezes no cinema e o esclarecimento do ousado plano do FBI para desmascarar dr. Lecter. [11.05.14]
T02E12 – Quem se lembra da grotesca caracterização de Gary Oldman como Mason Verger no filme de Ridley Scott [2001] certamente vai sentir um impacto maior nesse penúltimo episódio. [18.05.14]
T02E13 – Um ótimo episódio final de temporada, apoteótico e sanguinolento como uma série centrada em Hannibal Lecter merece. [25.05.14]

FARGO – 1ª temporada * * * * ½
[Idem, EUA, 2014]
10 episódios
T01E01 – Fantástico primeiro episódio dessa série inspirada pela atmosfera e estrutura da obra-prima de 1996 dos irmãos Coen. [23.04.14]
T01E02 – Embora não seja tão excepcional quanto o episódio anterior, revela-se muitíssimo bem escrito e, sobretudo, realizado. [27.04.14]
T01E03 – A cena com a água do chuveiro se transformando em sangue de porco é um exemplo do quanto essa série está imperdível. Genial. [01.05.14]
T01E04 – Hilário como os criminosos dessa série se julgam expertos demais enquanto o resto ou sofre de baixa autoestima ou idiotia patológica. [09.05.14]
T01E05 – Pela primeira vez, Molly consegue por em Bill suspeitas do envolvimento de Lester nos assassinatos de Hess e Vern. Bocós. [18.05.14]
T01E06 – O roteiro de Noah Hawley para essa série é um primor absoluto, tanto os diálogos quanto o desenrolar da história em si. [25.05.14]
T01E07 – Na hora em que Molly consegue construir um esquema no rumo dos reais acontecimentos, dão um nó na cabeça da pobre. Crueldade. [01.06.14]
T01E08 – O caso que ninguém conseguiu resolver é dado por encerrado. O tempo passa... Mas o destino não tira férias muito longas. [08.06.14]
T01E09 – Além de um idiota nato, Lester pode ser dissimulado e cruelmente frio sem perder sua postura de vítima da própria estupidez. [15.06.14]
T01E10 – Um desfecho ótimo para uma série idem. O roteiro e atmosfera foram o ponto alto dessa inusitada história de crimes e tropeços caricatos do interior dos Estados Unidos. [22.06.14]

TOP OF THE LAKE * * ½
[Idem, NZE/AUS/GB/EUA, 2013]
7 episódios [350 min]
Esperava mais dessa minissérie neozelandesa de Jane Campion [“O Piano”], bem ambientada, mas com reviravoltas muito óbvias. [24/25.06.14]

ROSEMARY'S BABY * *
[Idem, EUA, 2014]
2 episódios [170 min]
Pálida versão para TV do livro de Ira Levin, com um elenco inexpressivo encabeçado pela insossa Zoe Saldana [também produtora, junto com as irmãs] e uma direção sem personalidade da polonesa Agnieszka Holland. A obra de Roman Polanski, lançada em 1968, está mais prima e perturbadora do que nunca. [26/27.06.14]

PENNY DREADFUL – 1ª temporada * * ½
[Idem, EUA/IRL/GB, 2014]
8 episódios
T01E01 – J. A. Bayona sabe criar atmosfera na estreia da série sobrenatural escrita por John Logan e produzida por Sam Mendes. [19.05.14]
T01E02 – Novamente dirigido por Bayona, a Londres da era vitoriana é o palco da repaginação de personagens e criaturas ilustres. [19.05.14]
T01E03 – Na versão de John Logan, a criatura de Frankenstein, além de ser um poeta nato, dá uma de Fantasma da Ópera, ou melhor: do teatro. [28.05.14]
T01E04 – O destaque desse episódio é a longa sequência passada no famoso teatro The Grand Guignol londrino. E o inusitado desfecho. [08.06.14]
T01E05 – Há coisas interessantes nesse episódio-flashback que esclarece a relação de Vanessa Ives com a filha de Sir. Malcolm. [15.06.14]
T01E06 – A história volta à timeline original, mas só eu tenho a sensação de que a trama se move adiante a passos lentos? [22.06.14]
T01E07 – Mais uma vez, a história se concentra em torno de um mesmo núcleo: a penosa possessão sofrida por Vanessa Ives. [29.06.14]
T01E08 – O final dessa temporada passa longe de surpreender ou mesmo empolgar para a próxima que, sim, será produzida. [06.07.14]

HELIX – 1ª temporada * * ½
[Idem, EUA/CAN, 2014]
13 episódios
A trama tem certo apelo e o ritmo se mantém nos 13 episódios. Porém, há buracos e diálogos bem canhestros. [13/19.08.14 ]

THE LEFTOVERS – 1ª temporada * * *
[Idem, EUA, 2014]
10 episódios
T01E01 – Baseado no livro de Tom Perrotta, esse longo piloto melancólico intriga, sem se preocupar em dar maiores explicações. [30.06.14 – madrugada]
T01E02 – Ainda não estou achando a série interessante o suficiente para assistir a um episódio sem ficar um tanto sonolento. [07.07.14 – madrugada]
T01E03 – Dirigido por Keith Gordon, foca no personagem de Christopher Eccleston, num episódio cheio de altos e baixos. [14.07.14 – madrugada]
T01E04 – O estranho Natal de quem não foi "arrebatado" é o tema desse episódio morno, com algumas coisas pontuais interessantes. [14.07.14 – madrugada]
T01E05 – Até que Mimi Leder [alguém se lembra dela?] dirige um episódio redondinho, extraindo o máximo de detalhes mínimos. [28.07.14 – madrugada]
T01E06 – A série é um estudo de personagens, por isso o enredo em si parece não sair do lugar. É preciso um olhar mais apurado. [03.08.14]
T01E07 – Mais uma vez, Mimi Leder se encarrega da direção, num episódio não muito claro sobre tudo o que é mostrado. [11.08.14 – madrugada]
T01E08 – Na reta final da temporada, eventos e decisões extremas sob a direção astuta de Michelle MacLaren. [18.08.14 – madrugada]
T01E09 – Interessante vermos os personagens antes do fatídico dia do sumiço. O melhor episódio dessa temporada? Ainda falta um. [25.08.14 – madrugada]
T01E10 – Não deixa de ser um desfecho apoteótico para a temporada, numa série que exige do espectador uma entrega diferente. [10.09.14]

THE STRAIN – 1ª temporada * * *
[Idem, EUA, 2014]
13 episódios
T01E01 – Guillermo del Toro dirige e escreve, junto com Chuck Hogan, um piloto promissor da série adaptada de sua Trilogia da Escuridão. [16.07.14]
T01E02 – Até mantém o ritmo do episódio anterior, mas cai um pouco sem del Toro na direção ou no roteiro. Ainda assim, torço pela série. [23.07.14]
T01E03 – Eu delirei ou o sujeito deu descarga no próprio pênis? David Cronenberg podia muito bem ter feito isso em "A Mosca". [30.07.14]
T01E04 – Dirigido por Keith Gordon, a cena da autópsia é grotesca, assim como é inusitada uma discussão moral sobre matar vampiros. [06.08.14]
T01E05 – A epidemia vampiresca [melhor: de "strigoi"] começa a se tornar pública, enquanto acompanhamos os flashbacks de Setrakian. [13.08.14]
T01E06 – Com o eclipse, os vampiros saem mais cedo para se alimentar. É uma pena, portanto, que o eclipse passe rápido demais. [22.08.14]
T01E07 – Um episódio mais acelerado, com mais ação vampiresca [os efeitos são eficientes], e que também introduz elementos novos. [28.08.14]
T01E08 – No tenso cerco à loja de conveniências, todos os personagens [ou quase] se juntam – e nem o premiado maquiador Rick Baker escapa. [11.09.14]
T01E09 – O mestre strigoi finalmente revela seu rosto embaixo do capuz. Frustra por não ser tão horroroso o quanto se imaginava. [14.09.14]
T01E10 – Não consegui curtir nem um pouco o roteiro trôpego desse episódio fraquinho dirigido pelo sumido John Dahl. [23.09.14 – madrugada]
T01E11 – Poderiam ter trabalhado mais na primeira ofensiva direta contra o mestre strigoi, sem as bobas narrativas paralelas. [02.10.14 – madrugada]
T01E12 – Pode até não parecer, mas acontece muita coisa nesse episódio. O poder da síntese sem dúvida foi o grande destaque aqui. [06.10.14]
T01E13 – Há um quê de amargura nas últimas cenas desse final de temporada. Não é um grande clímax, mas resolve diversas questões. [08.10.14]

GOTHAM – 1ª temporada [Parte 1] * * ½
[Idem, EUA, 2014/2015]
10 episódios
T01E01 – Mais uma vez, o pobre Bruce Wayne vê os pais serem assassinados à sua frente. Gostei do cuidado com a produção. Promete. [29.09.14]
T01E02 – O Pinguim... ops, Oswald Cobblepot é até agora o personagem mais interessante da série. Gosto de psicopatas patéticos. [04.10.14]
T01E03 – Vemos a questão do vigilante tomando a atenção de Bruce pela primeira vez. O passado de Barbara parece ter sido apimentado. [08.10.14]
T01E04 – A ótima fotografia tem se destacado na série, assim como os roteiros bem elaborados, com pegada de filmes de máfia. [15.10.14]
T01E05 – Divertidíssimo o jogo perigoso, sobretudo para ele mesmo, que o Pinguim está fazendo em sua escalada rumo à vingança. [25.10.14 – madrugada]
T01E06 – Boas reviravoltas e muita coisa acontecendo num episódio que põe a história, pelo menos algumas parte dela, para frente. [31.10.14]
T01E07 – Quando Gordon executa seu ousado plano para pingar ordem no caos da cidade, as fraquezas humanas mostram onde fica o buraco. [05.11.14]
T01E08 – Gordon resolve o caso mais bobo até agora, e sem qualquer ligação direta com a trama principal. Em compensação, como apanha. [16.11.14 – madrugada]
T01E09 – É só loucura minha mesmo ou o Harvey Dent [ator fraquinho, por sinal] apresentado nesse episódio já é meio esquizofrênico? [24.11.14]
T01E10 – Camren Bicondova, que interpreta a jovem Mulher-Gato, tem uma beleza felina peculiar e inclinação para o cinema de ação. [08.12.14]

THE FLASH – 1ª temporada 
[Idem, EUA, 2014]
13 episódios
T01E01 – Os efeitos visuais são bem cuidados e a tônica parece ser as sequências de ação. Só não sei se curti o tom da narrativa. [08.10.14]
T01E02 – Só agora percebi que quem faz o pai de Barry Allen aqui é John Wesley Shipp, o intérprete do herói na série de 1990-91. [16.10.14]
T01E03 - E não é que os meta-vilões da série até agora são interessantes. Só falta aos roteiros não tropeçarem tanto na correria. [25.10.14]
T01E04 – Assume o crossover com outra série da Warner, "Arrow", mas as indulgências contidas no roteiro continuam me incomodando. [31.10.14]
T01E05 – Provavelmente eu surtaria se não conseguisse ficar bêbado por conta do meu hiper acelerado metabolismo. Pobre Barry Allen. [18.11.14]

CONSTANTINE – 1ª temporada
[Idem, EUA, 2014]
12 episódios
T01E01 – Neil Marshall dirige esse piloto ágil e sombrio, mas muito bem humorado, da adaptação de "Hellblazer", da DC Comics. [11.11.14]
T01E02 – Mineiros fantasmas, ciganos, clarividentes, bons twists... Tem de tudo um pouco [ou de um pouco tudo?], mas falta algo. [12.11.14]

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2013

IN THE FLESH – 1ª temporada * * * *
[Idem, GB, 2013]
3 episódios
Com apenas três episódios, essa série britânica não só renova, mas humaniza os zumbis para falar da intolerância. [10.05.13]

BREAKING BAD * * * *
[Idem, EUA, 2008-2013]
62 episódios
Mesmo com altos e baixos, Vince Gilligan torna a jornada [auto]destrutiva de Walter White numa experiência brilhante. Bryan Cranston tem uma performance explosiva como o pacato professor de química que gradativamente libera o mal dentro de si. Aaron Paul é outro que surpreende como o pupilo manipulável do orgulho e da ganância de "Mr. White". A série possui diálogos icônicos e uma primorosa fotografia cinematográfica. Não chega à perfeição, mas tem tudo para virar cult. [05/15.10.13]

O NEGÓCIO – 1ª temporada * *
[Idem, BRA, 2013]
13 episódios
T01E01 – A ideia de marketing e prostituição pode até ser legal e render coisas interessantes, mas esse primeiro episódio foi fraquinho. [18/agosto2013]
T01E02 – O problema da série parece claro: investe mais numa linguagem didática sobre o marketing do que nas personagens rasas. [25/agosto/2013]
T01E03 – Uma sutil melhora na série em relação aos fracos episódios anteriores. No entanto, não creio que vá muito além disso. [01/setembro/2013]
T01E04 – Um episódio dinâmico e até bacaninha, com um bom ritmo e sem muito marketing para iniciantes. A série estaria melhorando? [08/setembro/2013]
T01E05 – O foco desse episódio é o passado da protagonista. Apesar dos bons links da montagem paralela, os diálogos são canhestros. [15/setembro/2013]
T01E06 – A série brazuca da HBO não é boa nem ruim. Apenas estraga ideias que seriam interessantes se não fosse a fraca realização. [22/setembro/2013]
T01E07 – O que posso dizer sobre esse episódio? Deve ter a reviravolta mais óbvia, e esperada até, de toda a série. [29/setembro/2013]
T01E08 – Estou dividido entre largar de vez essa série brazuca da HBO ou aguentar até o final logo. Tudo é fraco demais aqui. [06/outubro/2013]
T01E09 – A série chegou no ponto de desenvolver suas ideias de forma implausível. O poker entre os cafetões poderia render mais. [13/outubro/2013]
T01E10 – Certo, assumo: assistir a essa série se transformou no meu momento masoquista do fim de semana. [pausa] É, eu sei... [20/outubro/2013]
T01E11 – Na reta final, mais um episódio fraco, resolvido às pressas. Nunca vi um elenco tão canastrão quanto o dessa série. [27/outubro/2013]
T01E12 – Em tese, deveria ser um bom episódio. E o seria, caso a narração problemática não nos irritasse a cada três minutos. [03/novembro/2013]
T01E13 – Um final de temporada com jeito de desfecho de novela e o gancho mais óbvio para a sequência. Dura missão cumprida. [10/novembro/2013]

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2011

MILDRED PIERCE * * * * *
[Idem, EUA, 2011]
336 min
Episódio 1 – A primeira parte da minissérie dirigida por Todd Haynes é impecável nos detalhes dramatúrgicos com uma Kate Winslet perfeita. [03.04.11]
Episódio 2 – A segunda parte pode até não alcançar o nível do episódio piloto, porém Kate Winslet se supera em cenas duras sem exagerar. [11.04.11]
Episódio 3 – Terceira parte impactante. Todd Haynes mostra que sabe manipular nossas emoções com uma dramaturgia beirando a perfeição. [17.04.11]
Episódio 4 – A  penúltima parte assume o foco na conflituosa relação mãe/filha, promovendo um duelo entre as formidáveis Winslet e Wood. [25.04.11]
Episódio 5 – Todd Haynes conclui a minissérie com um desfecho que é um desconcertante soco no estômago. E Kate Winslet, de novo, brilha. [02.05.11]

CARLOS * * * * ½
[Idem, FRA/ALE, 2010]
330 min
Episódio 1 – A primeira parte da premiada minissérie de Olivier Assayas sobre o famoso terrorista "O Chacal" beira a perfeição rítmica. [12.08.11]
Episódio 2 – A segunda parte da eletrizante minissérie gira em torno do ataque de Carlos e seu grupo à sede da OPEP e suas consequências. [15.08.11]
Episódio 3 – A última parte da minissérie desacelera o ritmo com a decadência do terrorista. Mas valoriza a ótima atuação de Édgar Ramírez. [22.08.11]

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1998

HILDA FURACÃO * * * *
[idem, BRA, 1998]
Dir. Wolf Maya (et al)
Com: Ana Paula Arósio, Rodrigo Santoro, Thiago Lacerda, Mattheus Nachtergaele
720 min – TV/DVD
A melhor minissérie da rede Globo. Grande texto de Glória Perez, lançou muitos dos astros de hoje.

1999

O AUTO DA COMPADECIDA * * * *
[idem, BRA, 1999]
Dir. Guel Arraes
Com: Selton Melo, Mattheus Nachtergaele, Rogério Cardoso, Lima Duarte, Fernanda Montenegro
127 min – TV
Do texto esperto de Ariano Suassuna, uma das melhores surpresas da teledramaturgia brasileira. Estendida ao cinema, criou um novo gênero de comédia, de timming ligeiro.

2001

PRESENÇA DE ANITA * * *
[Idem, BRA, 2001]
Dir. Ricardo Waddington
Com: José Mayer, Mel Lisboa, Helena Ranaldi, Leonardo Miggiorin
650 min – TV
Adaptação do livro de Mário Donato por Manoel Carlos, que abusa de seus diálogos milimetricamente lapidados para narrar nossa versão de “Lolita”. Lançou a bela e chatinha Mel Lisboa e fez o Brasil conhecer – até demais – a canção “Ne me Quitte Pas”, na voz de Maysa.

FRIENDS – 1ª TEMPORADA * * * * *
[Friends – The Complete First Season, EUA, 1994-95]
Dir. James Burrows (et al)
Com: David Schwimmer, Matt LeBlanc, Matthew Perry, Courteney Cox, Lisa Krudow, Jennifer Aniston
641 min – DVD
Nostalgia.

FRIENDS – 2ª TEMPORADA * * * * *
[Friends – The Complete Second Season, EUA, 1995-96]
Dir. Michael Lembeck, Kevin S. Bright (et al)
Com: David Schwimmer, Matt LeBlanc, Matthew Perry, Courteney Cox, Lisa Krudow, Jennifer Aniston
566 min – DVD
O episódio com o vídeo de formatura é um dos destaques dessa temporada.

FRIENDS – 3ª TEMPORADA * * * * *
[Friends – The Complete Third Season, EUA, 1996-97]
Dir. Bobby Benson (et al)
Com: David Schwimmer, Matt LeBlanc, Matthew Perry, Courteney Cox, Lisa Krudow, Jennifer Aniston
587 min – DVD

FRIENDS – 4ª TEMPORADA * * * * *
[Friends – The Complete Fourth Season, EUA, 1997-98]
Dir. Dana J. de Wally (et al)
Com: David Schwimmer, Matt LeBlanc, Matthew Perry, Courteney Cox, Lisa Krudow, Jennifer Aniston
562 min – DVD

2003

TAKEN * * * *
[idem, EUA, 2002]
Dir. Vários
Elenco: Joel Gretsch, Julie Benz, Steve Burton, Eric Close, Dakota Fanning
877 min – TV (HBO)
Produção primorosa de Steven Spielberg sobre 4 gerações de abduções alienígenas.

ANGELS IN AMERICA * * * *
[Idem, EUA, 2003]
Dir. Mike Nichols
Com: Al Pacino, Meryl Streep, Emma Thompson
352 min – TV (HBO)
Elenco e produção soberbos para contar com lirismo e contundência o surgimento da AIDS. Espetacular! Ganhou 11 Emmys e 5 Globos de Ouro.

2004

THE 4400 – 1ª TEMPORADA * * *
[The 4400 – 1ª Season, EUA, 2004]
Dir. Vários
Com: Joel Gretsch, Jacqueline McKenzie, Mahershalalhashbaz Ali, Laura Allen, Conchita Campbell
257 min – DVD – Visto em 01.03.06 (madrugada)
História intrigante e com fôlego para se ver de uma sentada só (até porque esta 1ª temporada não é tão grande assim, são apenas cinco episódios, pouco mais de quatro horas), que peca pela falta de um texto melhor. Mas tem seus momentos e um bom humor inofensivo. A princípio, é sobre abdução, sendo que os reaparecidos (cada um de uma época diferente) voltam com poderes sobrenaturais e destinados a cumprirem alguma missão. O mistério se esclarece no último episódio – em parte, pois todas as respostas são jogadas para a 2ª temporada. Na comparação com Taken (tema semelhante, mesmo ator, Gretsch – agora mocinho, mas com cara de mal –, e também uma menininha loira que parece saber tudo), esta série fica aquém, entretanto demonstrando grande potencial para o que vem a seguir.

2006

24 HORAS – 1ª TEMPORADA * * * * *
[24 – Season One, EUA, 2001]
Dir. Stephen Hopkins (et al)
Com: Kiefer Sutherland, Dennis Haysbert, Leslie Hope, Elisha Cuthbert, Carlos Bernard, Sarah Clarke
1080 min – DVD – Visto em 06.03.06 (madrugada)
Partindo de uma idéia brilhante de Robert Cochran e Joel Surnow – fazer toda a série em tempo real, são 24 episódios, cada um mostrando uma hora do dia – narra o dia mais difícil na vida do agente federal Jack Bauer, que tem de lidar com um iminente atentado contra o senador David Palmer no dia das eleições primárias à presidente, que ele disputa, e ao mesmo tempo com o seqüestro da mulher e da filha adolescente. Sem dúvida, a série é um evento memorável. É indescritível como nos empolga do início ao fim, sempre com sacadas e reviravoltas inteligentes, a ponto de relevarmos as falhas do roteiro, que às vezes força para continuar a ação e chega a andar em círculos, mesmo por pouco tempo (nada mais natural numa grande trama de mais de vinte horas de duração!), ainda que sempre de maneira interessante. Kiefer Sutherland está perfeito no que é o papel de sua vida (ganhou o Globo de Ouro de ator por esta temporada) e outro que merece destaque é Dennis Haysbert, como Palmer, o provável 1º presidente negro dos EUA, o que deixa tudo mais interessante. Claro que os bordões de certos personagens cansam às vezes e há muito sentimentalismo repetitivo, personagens bidimensionais, como o próprio Palmer (certinho demais, sem nenhuma falha de caráter), mas tudo detalhe diante da incomparável satisfação de assistir a uma grande trama frenética de conspiração e vingança. Obrigatório de se ver.

24 HORAS – 2ª TEMPORADA * * * *
[24 – Season Two, EUA, 2001]
Dir. Stephen Hopkins (et al)
Com: Kiefer Sutherland, Dennis Haysbert, Leslie Hope, Elisha Cuthbert, Carlos Bernard, Sarah Clarke
1080 min – DVD – Visto em 09.10.06 (madrugada)

2008

DEXTER – A PRIMEIRA TEMPORADA * * * *
[Dexter – Season One, EUA, 2006]
Dir.
Com: Michael C. Hall
535 min – DVD – Visto em 16.05.08
Dexter é um perito forense da polícia de Miami que ajuda a desvendar os mais horrendos crimes a partir dos rastros de sangue encontrados no local. Cheio das mais certeiras intuições sobre como trabalha a mente de um assassino, ele esconde um terrível segredo: um forte impulso de matar. Com a ajuda do pai adotivo, Dexter aprendeu a canalizar seu impulso destrutivo àqueles que, de uma maneira ou de outra, merecem morrer. Um assassino que extermina assassinos e finge a todo custo levar uma vida normal, é o que Dexter é. Só que alguém sabe seu segredo. Alguém que mata prostitutas e não as deixa com uma gota de sangue. Sem sangue. Dexter fica intrigado e aceita participar do jogo proposto por seu novo e inesperado amigo.

HOUSE M.D. – PRIMEIRA TEMPORADA * * * * ½
[House M.D. – Season One, EUA, 2004-2005]
Dir. Bryan Singer et al
Com: Hugh Laurie, Jennifer Morrison, Omar Epps, Jesse Spencer, Robert Sean Leonard, Lisa Edelstein
968 min (aprox.) – DVD – Visto em 01.06.08

HOUSE M.D. – SEGUNDA TEMPORADA * * * * ½
[House M.D. – Season Two, EUA, 2005-2006]
Dir. David Shore et al
Com: Hugh Laurie, Jennifer Morrison, Omar Epps, Jesse Spencer, Robert Sean Leonard, Lisa Edelstein
1056 min (aprox.) – DVD – Visto em 08.06.08

HOUSE M.D. – TERCEIRA TEMPORADA * * * ½
[House M.D. – Season Three, EUA, 2006-2007]
Dir. David Shore et al
Com: Hugh Laurie, Jennifer Morrison, Omar Epps, Jesse Spencer, Robert Sean Leonard, Lisa Edelstein
1033 min (aprox.) – DVD – Visto em 21.06.08 (madrugada)
A série cai em fôlego e qualidade de texto, soando repetitiva na estrutura dos episódios. Os casos não são tão interessantes quanto os das temporadas anteriores e o drama de House com a justiça apenas arrasta esta terceira temporada. Começa a ganhar sinais de vida a partir do episódio 12, “Um Dia, Uma Sala”, talvez o melhor da série até agora (foi dirigido por Juan J. Campanella), o mais delicado e intimista, sem dúvida. E a cena mais tocante é a da mãozinha do bebê saindo do útero aberto da mãe e agarrando o dedo do protagonista em “Posição Fetal”. Cheio de altos e baixos, mostra a necessidade de um toque novo para a quarta temporada, correndo o risco de evidenciar ainda mais as falhas da série e, consequentemente, afundar o interesse do público.

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